Assange acusa Visa, MasterCard e PayPal de serem "instrumentos" de Washington
Assange acusa Visa, MasterCard e PayPal de serem "instrumentos" de Washington
Sydney (Austrália), 14 dez (EFE).- O fundador do site "WikiLeaks", o australiano Julian Assange, acusou nesta terça-feira as companhias Visa, MasterCard e PayPal, entre outras, de serem instrumentos da diplomacia americana, e pediu que a comunidade internacional proteja seu trabalho do assédio.
"Agora sabemos que Visa, MasterCard, PayPal e outras são instrumentos da política externa dos Estados Unidos. É algo novo", assinalou Assange através de uma conversa telefônica com sua mãe, Christine Assange, cujos detalhes foram publicados na edição digital do jornal australiano "The Age".
A denúncia acontece depois de as empresas citadas, assim como a Amazon, terem rompido seus vínculos com Assange e a "WikiLeaks".
Christine Assange falou durante dez minutos com seu filho e tomou nota da mensagem, para depois transmiti-la à emissora de televisão "Seven Network".
"Faço uma chamada a todo o mundo para que se proteja meu trabalho e a minha gente destes ataques ilegais e imorais", indicou o australiano preso em Londres, que deve comparecer pela segunda vez nesta terça-feira diante do tribunal que decide sua extradição à Suécia.
"Minhas convicções permanecem inalteráveis. Eu continuo fiel a meus ideais. Estas circunstâncias não me farão mudar. Se este processo conseguiu algo, foi reforçar minha determinação na verdade", manifestou Assange.
Estão convocadas para esta terça-feira manifestações diante do tribunal onde Assange se apresentará. Na ocasião, seus advogados solicitarão pela segunda vez sua liberdade mediante o pagamento de fiança, enquanto recusam as acusações imputadas a ele de estupro e assédio sexual.
Londres, 14 dez (EFE).- O Governo britânico se prepara nesta terça-feira para uma possível onda de ataques a seus portais na internet por ocasião do segundo comparecimento do fundador do site "WikiLeaks", Julian Assange, a um tribunal de Londres, que deve decidir sobre sua extradição à Suécia.
Assange foi detido há uma semana pela Polícia britânica a pedido das autoridades suecas, que querem interrogar o ativista com relação aos supostos crimes sexuais, que, segundo Estocolmo, não têm relação com a publicação de centenas de milhares de documentos diplomáticos.
O Governo britânico se diz especialmente preocupado pela possibilidade de os hackers, que vem agindo em represália por uma detenção que consideram política, atacarem sites relacionados com as devoluções da Fazenda ou determinadas prestações sociais.
Anteriormente, os ativistas atacaram empresas como MasterCard, Visa, PayPal e Amazon, acusadas de terem cedido à pressão do Governo americano para romper seus vínculos com a "WikiLeaks" e Assange.
Estão convocadas para esta terça-feira manifestações diante do tribunal onde Assange se apresentará. Na ocasião, seus advogados solicitarão pela segunda vez sua liberdade mediante o pagamento de fiança, enquanto recusam as acusações imputadas a ele de estupro e assédio sexual.
Sydney (Austrália), 14 dez (EFE).- A imprensa da Austrália expressou nesta terça-feira apoio a seu compatriota e fundador do site "WikiLeaks", Julian Assange, e não poupou críticas à primeira-ministra do país, Julia Gillard, por considerar ilegal o conteúdo do portal.
Diretores, editores e redatores-chefes de diários e emissoras de rádio e televisão do país escreveram uma carta aberta a Gillard na qual assinalam que se oporão a qualquer iniciativa para levar à Justiça os responsáveis pelo vazamento dos documentos confidenciais.
Os profissionais da imprensa australiana asseguram na carta que o "WikiLeaks" pertence ao seu setor e disseram que o assédio a Assange é "preocupante".
Segundo eles, não há provas de que a divulgação dos telegramas diplomáticos tenha posto em perigo a segurança nacional ou algum indivíduo, nem que o fundador do portal tenha violado alguma lei na Austrália.
"Resistiremos a qualquer tentativa para ilegalizar a publicação destes ou de documentos similares. Uma ação assim teria impacto não só sobre o 'WikiLeaks', mas sobre qualquer meio no mundo que queira informar o público sobre as decisões que são tomadas em seu nome", acrescentam na carta.
"O 'WikiLeaks' cometeu erros, mas ofereceu aos cidadãos uma oportunidade para conhecer a postura de Washington sobre alguns dos assuntos de política externa mais complexos da nossa era".
É responsabilidade da imprensa divulgar esta informação "se cair em nossas mãos", ressalta o texto.
"Perseguir de maneira agressiva o fechamento do 'WikiLeaks', ameaçar processar aqueles que publicam este tipo de documentos e coagir as empresas que trabalham com eles é uma séria ameaça à democracia", lembraram os profissionais da imprensa a Gillard.
Os documentos que vazaram atingiram a Austrália, já que revelaram relatórios de diplomatas americanos que colocaram em dúvida a capacidade para governar do atual ministro de Relações Exteriores do país, Kevin Rudd.

Fonte: http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=26736487&page=0